A PRIMEIRA MANGA
Na casa da fazenda, saindo pela porta da cozinha se avistava o pomar logo à frente, pela direita o forno infernizado à lenha e mais à frente, além do pomar, o chiqueiro tendo pela direita as bananeiras descendo rumo ao córrego e subindo à esquerda, após a cerca de arame farpado até beirar a Estrada de Ferro São Paulo/Goiaz, o pasto.
Uma vez por mês o forno era utilizado queimando-se lenha por horas, até que o inferno produzido e mantido pelos tijolos aquecidos dessem conta de assar a quitanda que nos serviria ao longo do mês. Eram pães, biscoitos, broas, bolachas, bolos e aproveitando o calor, também se assava um frango para o almoço e até algumas espigas de milho quando era a época.
Era um final de ano, precedendo ao madurar das mangas espada, rosa, manteiga e bourbon que se empencavam pelos galhos das mangueiras do pomar.
Ivani, a irmã mais velha, foi a primeira a descobrir uma manga espada madura no galho mais alto que talvez por estar mais próxima do sol, madurou primeiro.
Nosso pai foi buscar a fruta para oferecer à filha e evitando derrubá-la com um bambu pra não feri-la e também porque a vara não a alcançaria, tirou as botinas e subiu no pé.
Nós embaixo na torcida e ele subindo, foi sumindo na distância e entre os galhos de maneira que só o ouvimos dizer: peguei! Na sequência estalidos de galhos se quebrando, folhas se arrancando e o som da pancada seca do pai se estatelando e levantando a poeira do chão.
Dores pelo corpo, Vicente, o capataz, preparou a carroça pra que fosse deitado e não sentado e sofrido como seria na charrete ou no lombo do Bragado e o levou pra Ribeiro dos Santos, um vilarejo onde médico não havia, mas algum balconista de farmácia, barbeiro, parteiro ou enfermeira daria um jeito. Assim, voltou todo enfaixado com as suas três costelas quebradas, se cuidou e logo estaria apanhando novas mangas pois a primeira, a da Ivani, se perdeu na correria e algum porco fugido ou galinhas que andavam por ali lhe deram destino.
Seguindo na vida, quantas fascinantes primeiras mangas perdemos, quantas conseguimos. Mas não importa perder a primeira pois se na trilha seguimos confiantes, tantas e tantas outras, tão ou mais maduras e desejadas surgirão. Basta seguir olhando para onde ilumina a luz do sol.
Otoni Gali Rosa
Dezembro de 2020
A CAGANDO E ANDANDO
Nas primeiras horas da manhã o alarido da criançada já se fazia ouvir com o despertar dos passarinhos.
Saindo dos sítios e das fazendas, a pé ou a cavalo a meninada ia se juntando pelos caminhos rumo à escola do Grupo Escolar de Ribeiro dos Santos situado em um vilarejo de poucas quadras, uma praça mal cuidada, uma igreja singela, o armazém do Zico, botecos, o bar do pai da Alice, a menina mais bonita do lugar, uma tulha e a estação da Estrada de Ferro São Paulo/Goyaz, inaugurada em 1910 e desativada em 1969 por miopia e interesses políticos escusos.
Saindo da casa da fazenda, logo acima, perto de 1km, passava a estrada de ferro onde ia me enturmando e seguindo com a molecada vinda dos Salmazos, dos Busatos e outras famílias esquecidas pela memória. Pela ferrovia seguíamos por mais uns 6km até Ribeiro.
Pendurados nos ombros, os sapicuás acomodavam nossos cadernos, lápis e borracha, um copinho desmontável de alumínio para beber água e também estilingue, jogo de bito, canivete, pião e fieira para as atividades alheias às aulas. Alguns moleques também levavam as botinas que só as calçavam na entrada da escola. Eu só as levava resguardadas quando eram novas, mas quando já bem usadas e com o bico da botina cortado pra não incomodar os dedos já despontando pra fora dos limites além da sola, não.
Maria Sopa era a cozinheira da escola que com sua auxiliar Sopinha, preparavam a merenda que o Estado servia aos alunos. Mingau de aveia, salada de frutas, canjica, sopa de cebola, mingau de milho, sopa de letrinhas e outras delícias variavam o cardápio surpresa tão esperado e antecipadamente denunciado pelo aroma que invadia as salas de aula interrompendo a atenção à lousa e aos mestres.
De barriga cheia da merenda juntada ao leite quente e gorduroso direto das tetas da vaca, mais um pão com manteiga ou ovo, ou uma fetta de polenta passada na chapa engolidos pela manhã, mais as goiabas, macaúbas e gabirobas catadas e comidas pelo caminho, mais a caminhada de ida, as correrias do recreio e mais a caminhada da volta faziam com que o biogestor embutido na barriga de cada moleque acelerasse o seu processo e justo por aquelas horas de voltar surgisse uma gostosa vontade de cagar.
Era então a hora do cagando e andando, uma disputa entre cagantes, prova bastante técnica embora mal cheirosa, que se constituía em arriar as calças, colocar os pés cada um de um lado do trilho, agachar e agachado ir andando e cagando fazendo com que a merda fosse sendo depositada por comprido, ao longo do trilho, sem embolar e nem sair do prumo. Quem o conseguisse sem embolar, desviar e no maior comprimento vencia o jogo e a aposta.
As apostas corriam soltas, uma goiaba, uma forquilha de estilingue, um pião velho, um toco de lápis, uma bolinha de gude e outras preciosidades. O alarido das torcidas se fazia ouvir ao longe ecoando pelas quebradas da roça ou do pasto.
Certa vez era o meu dia e a disputa era com Ditim, neguinho muito amigo, bom de pião e prosa, sorriso largo de meia lua. A prova ia bem, já meia andada, os dois no prumo e a gritaria da torcida nos impediu de ouvir o trolinho saindo da curva e já muito próximo da molecada entretida.
O troler era um pequeno veículo ferroviário utilizado na fiscalização e manutenção das ferrovias. Era uma pequena plataforma de madeira montada sobre dois eixos que rolava suas quatro rodas sobre os trilhos, movido por dois trabalhadores que movimentavam um alavanca tipo gangorra, um de cada lado fazendo o movimento de sobe e desce. Além dos dois o trole levava também ferramentas e eventualmente mais alguns poucos trabalhadores.
Assim que fizeram a curva e entenderam o que acontecia e começaram a frear, gritar e xingar, tanto pra não atropelar algum moleque como para não deslizarem pela merda.
Nós, assim que entendemos a cena, mal catamos as calças e os sapicuás, varamos a cerca e junto com a molecada destrambelhamos pasto baixo sob pedras e ofensas dirigidas a nós e às mães, lançadas pelos ferroviários ensandecidos e até hoje não sabemos se as rodas de ferro do troler chegaram a se esmerdear ou se frearam a tempo.
Era um mundo sem celular e talvez se o tivéssemos e viéssemos pela estrada afora entretidos na solidão da telinha, essa experiência não teríamos vivido e teríamos perdido um momento fascinante da vida, embora brincando com merda.
Otoni Gali Rosa
Janeiro de 2021
O CHEVROLET GIGANTE
Otávio tossia.
A tosse foi enrouquecendo, tossia grosso e com dificuldade alertando meus pais, pois já não parecia mais um simples resfriado.
Anoitecia, o céu arroxeava e a pele do meu irmão também. Meu pai acalmava o quanto podia os temores da minha mãe e tomou o filho nos braços para leva-lo à cidade, distante dali cerca de 18km, serpenteando pela estradinha rural, suas curvas, porteiras, reservas de mata e areais.
Nesta época meu pai tinha na fazenda um Chevrolet Gigante 36, de freio varão, que servia pra levar as colheitas de arroz e café para beneficiar, de algodão para as tulhas da Anderson Clayton em Olímpia, ou lotar de frangos e galinhas caipiras ou porcos pra vendê-los em Araraquara, viagem que levava de 2 a 3 dias.
O gigante pegou na partida mas os faróis não despertaram e a luz bruxuleante que surgiu não mostraria o caminho. Então, lá fui eu, convocado como assistente faroleiro munido de duas lanternas de pilha iluminar o caminho pela noite estrelada. A lua era minguante, que indica um novo ciclo, portanto, nos ensina a esperançar e nada temer. Seguimos.
Miúdo nos meus 8 ou 9 anos, tive dificuldade de iluminar a estrada instalado na cabine do caminhão de maneira que meu pai me instalou no lado de fora, devidamente acomodado no para-lamas ergonômico e inspirado no estilo Deco, uma bonita peça curvilínea independente do capô do motor, adornado por um farol também independente e sob o qual passei e firmei uma das minhas pernas, firmando o corpo e mantendo as mãos livres para o desempenho da iluminada missão.
A noite esfriava e mais ainda quando se cruzava algum trecho de mata ou se cruzava algum córrego e também o Rio Cachoeirinha envolto na névoa que escondia seus elfos e seus mistérios. O calor do motor me aquecia através do capô sobre o qual apoiava o corpo e assim seguia me sentindo aquecido e protegido.
As luzes da cidade foram surgindo ao longe, crescendo, crescendo e nunca as imaginei tantas e tão bem-vindas, até humilharem de vez as luzes das minhas lanternas de pilha. Fomos direto ao Dr. Paiva Luz acordá-lo do sono e dos sonhos. Crupe era o mal, logo diagnosticado e tratado.
Deixamos Otávio com os avós para se recuperar de vez e voltamos mal clareava o dia, pois não havia como avisar a mãe que a lua era minguante e um novo ciclo de vida se iniciava.
Otoni Gali Rosa
Janeiro de 2021
O CAVALO BRANCO
Era uma manhã fria.
Um ensaio de sol e lá ia eu pasto afora, ralando as canelas finas no orvalho gelado, em busca do Sabiá.
Sabiá era um pangaré branco, cego de um olho, que às vezes me oferecia o lombo pra me levar à escola do Ribeiro e às vezes me olhava triste, eu o percebia desanimado e doentio e seguia a pé.
Ao lado do curral, eu selava o Sabiá, agradado com uma espiga de milho, cuidando primeiro do freio, do bridão e do bocal bem ajustados, jogava e escorregava o baixeiro no sentido do pelo, encaixava a sela e devagar apertava a barrigueira, pendurava o sapicuá no ombro, montava e enquanto o retireiro Vicente seguia na ordenha eu prumava pra escola.
O sapicuá, como dizia minha avó, ou embornal como dizia a mãe, ou borná como dizia o caboclo, levava entre outras coisas o caderno com as lições ainda quentinhas rabiscadas na noite da véspera à luz de lamparina a querosene.
Eu seguia insistindo na prosa e no cabresto com Sabiá, que não gostava de ir, mas gostava de voltar, quando então lhe soltava as rédeas.
O dia foi clareando e já na estrada principal, passadas duas porteiras e cruzado a estrada de ferro, avistei à frente e ainda ao longe, mal distinto entre restos de neblina, a figura de um cavalo a passo lento, cadenciado, como se autômato fosse, seguindo seu caminho, sua sina.
Fui chegando manso e aos poucos uma imagem forte se definiu me tomando de dor e angústia, bulindo fundo com a minha cabeça criança.
Era um manga-larga, ainda carregando vestígios de majestade, que apresentava uma ruptura na barriga deixando escapar por ela boa parte de suas tripas cujas pontas se arrastavam pela areia do chão. Havia um cheiro de azedo, morte e fel pelo ar e as varejeiras se juntavam pegando carona no arrasto das entranhas.
Passamos por ele, eu cavucando com o calcanhar a anca do Sabiá para que abrisse o passo, galopasse, voasse em busca de socorro, ajuda ou sei lá o quê que acabasse com aquele sofrimento silencioso.
Cheguei na escola ensopado de suor, mais que o Sabiá que correra como nunca, fui direto procurar o Diretor que me informou já saber do ocorrido, um provável atropelamento e que dois peões já estavam partindo para sacrificá-lo. Sabendo que logo o matariam, me acalmei.
Viver essa experiência nos anos primeiros, sentir a dor do outro e se aliviar perante a medida da morte é coisa que nos acelera o crescer, a encarar o imprevisto e o inevitável, a aceitar e a nos tornar seres mais fortes no caminhar pela extensa estrada da vida que, a minha, começou lá na estrada do Ribeiro.
Otoni Gali Rosa
Fevereiro de 2021
O OCRE DA TERRA
Após 4 anos de lições feitas à luz de lamparina de querosene e lampião de carbureto, de porteiras abertas, de porteiras fechadas, de estradas percorridas a pé, a cavalo, charrete ou jardineira, de chuvas, poeira, frio e calor, de reguadas levadas no coco aplicadas por professoras diligentes, de pílulas de óleo de rícino escuras e mal cheirosas mas obrigatórias para matar lombrigas, de brigas na saída da escola para acertos gerais e aparecer pras meninas, de jogos de bito, pião, biroca e guerras de mamona, conquistei meu diploma no curso primário do Grupo Escolar de Ribeiro dos Santos.
Minha mãe, orgulhosa e zelosa conseguiu em Olímpia um retalho de linho 120 e me costurou uma calça curta pra subir ao palco, receber o canudo e as palmas. Cuidou também de lavar e esfregar bem esfregado os suspensórios e o melhor par de meias que era o único. Gastou um pouco e comprou uma camisa branca, coisa que jamais tive e dividiu comigo um Baracchini que passou pela primeira vez nos meus sovacos me deixando com aquele cheirinho cheiroso de gente bem cuidada. Meu pai cuidou de caprichar uma nugget na botina pra disfarçar os esfolados das tantas pedras chutadas, brilhou uma glostora nos meus cabelos e lá estava eu mais aprumado do que nunca naqueles 10 anos avidamente vividos.
Eu tinha que ir mais cedo pra Ribeiro pois antes da solenidade haveria um ensaio geral com a molecada. Selei e dei um trato no meu cavalo Sabiá e lá fui eu. Meus pais e irmãos iriam mais tarde, de caminhão.
O ensaio no galpão do recreio que incluiu o hasteamento da bandeira e o canto do hino terminou cedo e fomos liberados, pois a diplomação só começaria dali umas duas horas.
Algum moleque teve a ideia deslumbrante de irmos brincar na tulha enquanto esperávamos, reunimos uma tropa de choque e lá fomos.
A tulha era um enorme galpão escuro e empoeirado onde produtores locais empilhavam sacarias de café, arroz, algodão e milho, variando de acordo com a safra, aguardando o transporte nos vagões da Companhia Ferroviária São Paulo-Goyaz.
A escuridão e os meandros favoreciam a brincadeira de lutas, fugas e esconde-esconde entre cowboys e índios e assim foi a luta até que um pai esbaforido e aos berros nos descobriu, pois estava em cima da hora da diplomação.
Minha mãe ensandecida diante da cena do filho antes vestido de branco como um anjo e agora em ocre e marrom como um tatu tentou remediar passando um pano molhado e espalhando mais ainda a lama formada pelo suor e a poeira. O tempo escoado me livrou dos coques na cabeça e assim, com alguns galos e em tons variados de ocre e óxidos que dão cor às terras do Ribeiro lá fui eu cantar o hino e receber o diploma impresso, escrito e assinado em alvíssimo papel branco, o único branco que resplandecia nas mãos do moleque enlameado e marrom mas muito feliz.
Agradecido, olhei para os meus pais, sorri e percebi que orgulhosos retribuíam levemente o meu sorriso pois sabiam que aquele canudo não conquistei com um cabelinho engomado ou com uma roupinha em branca alvura, mas sim com muita briga, muita fumaça preta de lamparina, muito cheiro de cavalo e bosta de vaca e muita estrada percorrida pisando barro, respirando poeira e cortando o vento.
Otoni Gali Rosa
Abril de 2021
LIBURNO
Só eu conversava com Sabiá.
Era um pangaré branco, idoso, cego de um olho, muito companheiro e que me levava à escola.
Naquele dia Sabiá estava cansado, já lhe pesava a idade e assim ele me disse quando cheguei com a sela.
Peguei então a garupa no Liburno e com meu irmão fomos pra escola do Ribeiro.
Liburno era um cavalo cinza e Liburno era o nome que se dava aos cavalos de cor cinza.
Só bem mais tarde, já em São Paulo, pesquisando descobri se tratar de corruptela de Lobuno, cor cinza do lobo.
Liburno era um cavalo refugão e nosso pai sempre alertava para os cuidados e atenção na maneira de
conduzi-lo.
Otávio dizia que também conversava bem com ele e nunca tivera algum problema. Assim fomos.
Chegando na vila, a rotina de sempre, desarrear, soltar o amigo no quintal do armazém do Zico, deitar água fresca, algum capim e seguir pro aprendizado das letras e da tabuada.
Terminado o aprendizado do dia, barriga já calçada pela merenda, seguia a rotina passando na casa da Dona Maria pra ver se havia recado anotado, onde estava instalado o telefone público, o único que existia e que atendia toda a imensa região, pegar o Estadão amanhecido que meu pai assinava e que chegava em Ribeiro pela São Paulo Goyaz depois de baldeado em Bebedouro pela Cia. Paulista de Estrada de Ferro, selar o cavalo e rumar de volta.
A volta era tranquila, Liburno tinha pressa, Otávio soltou as rédeas, dividiu o Estadão comigo e aos trancos íamos lendo e vendo os títulos que davam pra ler e as fotos que davam pra ver.
No caminho da volta, à direita da estrada havia uma capelinha mal-assombrada que diziam vez ou outra se ouvir um sino tocar.
Justo naquele dia e naquele momento, ao passarmos por lá o sino tocou. Liburno refugou, nos deixou estatelados na areia do chão entre os bornais e seus pertences espalhados e as folhas do jornal se rasgando e sendo levadas pelo vento.
Liburno assustado voltou à galope pra fazenda e enquanto o sino tocava eu e Otávio saímos à cata dos cadernos, livros, estojos, lápis, borrachas, apontadores, canivetes, piões, bolinhas de gude, folhas do Estadão que sobraram e tranqueiras mais sobreviventes do refugo.
Juntado o que deu pra juntar fomos fuçar e descobrir que o sino assombrado era uma latinha de massa de tomate pendurada atrás da capela e que só tocava quando soprava o vento sudoeste.
Com o meu canivete corneta e a cavalo nos ombros do irmão, desassombramos a capela, o vento continuou assoviando sozinho, sem o acompanhamento da latinha.
Assim, manquitolando e carregando a tralha, junto ao irmão, seguia pela estrada quando ao longe vi o pai que esbaforido em seu caminhão vinha à busca das crias, avisado que foi do cavalo parado na porteira.
Naquela noite, à luz do lampião e lendo as poucas folhas que chegaram, meu pai ficou informado apenas pela metade das coisas que aconteciam pelo país e pelo mundo.
Mal sabia eu que hoje, quando consigo ler o Estadão, mal fico sabendo de quase nada que verdadeiramente acontece no meu país.
Otoni Gali Rosa
Abril de 2021